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"Crime", culpa e "castigo", como nós mesmos produzimos sintomas psicológicos - Prosa e Psicologia
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“Crime”, culpa e “castigo”, como nós mesmos produzimos sintomas psicológicos

“Crime”, culpa e “castigo”, como nós mesmos produzimos sintomas psicológicos

           O texto de hoje do blog tratará de uma espécie de análise do livro “Crime e Castigo”, do escritor russo Dostoiévski. Anteriormente já havíamos sugerido a leitura do livro. Não pretendo fazer uma análise literária propriamente dita do livro, muito menos me ater em diversos aspectos do enredo, penso falar um pouco do tema central do livro – “crime”, culpa e “castigo” – e sua relação com nosso cotidiano.

            A história basicamente trata de um jovem estudante – Raskólnikov – com dificuldades financeiras que comete um crime. Tal transgressão ocorre no início do livro e o restante dele trata da relação do personagem com sua consciência sobre o ato cometido. Ou seja, temos o “crime” no início do livro e o “castigo” no restante. Tal assunto se mostra muito interessante para nosso cotidiano, pois como o personagem do livro, grande parte dos castigos que recebemos ao longo de nossas vidas são impostos por nós mesmos, e muitas vezes nem percebemos que estamos fazendo isso.

            Nascemos e crescemos em uma sociedade que castiga diversos tipos de atos, principalmente os ligados a prazeres como: sexo, comida, dinheiro e tantos outros. Assim, aprendemos desde muito cedo que uma conduta a ser tomada após uma transgressão é a punição. Logo, diversos sintomas psicológicos podem ser analisados como castigos que nós nos impomos, desde os mais explícitos, como os casos de bulimia, quando a pessoa se obriga a vomitar após um descontrole alimentar, até os mais sutis, quando o individuo trabalha, ganha dinheiro, mas gasta tudo com banalidades, não se permitindo, inconscientemente, ter algo de real valor através do dinheiro advindo do seu trabalho.

             A partir da breve discussão trazida aqui no texto, vale a pena a leitura do livro com esse olhar, imaginando que todos temos um pouco de Raskólnikov, nos castigando através de pequenas coisas, por diversos “crimes” que cometemos no decorrer de nossas vidas. Aliás, você pode refletir sobre o que se puniu no ano que passou, para tentar fazer as pazes consigo mesmo no ano que se inicia!

Homero Belloni

Sou psicólogo (CRP 08/23286) formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), possuo especialização em Clínica Psicanalítica (UEL) e mestrado em Psicologia (UEL). Atendo em clínica psicológica particular sob o olhar da Psicanálise. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

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