Surto neurótico ou psicótico?
O texto de hoje vai esclarecer alguns termos que se ouve muito na clínica, e que talvez seja interessante para as pessoas que se interessam por psicoterapia entenderem sobre o que se trata e conseguir analisar de forma mais eficiente cada caso. Qual é a diferença do neurótico para o psicótico?
A diferença está na forma como cada um se relaciona com a realidade. Quando nos referimos a uma pessoa neurótica, estamos falando da maior parte da população, e são aquelas que criam fantasias para lidar com a realidade. Exemplos: as pessoas que são tímidas costumam pensar que o outro está reparando nela, ou pessoas que relatam sentir inveja do outro em relação a si, de modo geral, são pessoas que costumam supor o que os outros estão pensando.
Já o psicótico, existe uma perda mais significativa de contato com a realidade, com uma dificuldade – às vezes até uma impossibilidade – de diferenciar o mundo interno do externo. Nesses casos, os pensamentos podem transformar em delírios, a imaginação em alucinação.
Com isso, existe uma grande diferença entre um surto neurótico e psicótico. A diferença principal é reconhecer o surto, que para o neurótico geralmente acontece com uma crise de pânico, por exemplo. Já o psicótico não consegue diferenciar uma situação de surto para sua normalidade, ou seja, o psicótico não tem consciência de estar em surto.
Com essa diferenciação, é muito comum pessoas neuróticas quando estão tendo alguma crise acreditarem que estão em surto psicótico, contudo, essa já é uma característica neurótica: a de reconhecer o estado de anormalidade, mas se angustiar por não entender o contexto em que ela aconteceu. E é para essa angustia que a psicoterapia irá se voltar, com o objetivo de entender como se deu a crise e o que há por trás dela.