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O medo de ficar sem o celular, você tem? - Prosa e Psicologia
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O medo de ficar sem o celular, você tem?

O medo de ficar sem o celular, você tem?

           O ser humano tem uma forte tendência para buscar vícios, isso porque buscamos comportamentos que nos alivie de questões reais que precisamos enfrentar. E é assim que funciona qualquer vício – seja em cigarro, em bebidas alcoólicas ou outras substâncias, até mesmo o açúcar – ele funciona como um mecanismo de fuga de algo ruim, que compensamos em um comportamento que nos gere prazer. Mas vale ressaltar a diferença entre vício e hábitos: um vício é um comportamento repetitivo que causa prejuízo para aquele que se comporta e para as pessoas do seu convívio. Por isso, nem todo comportamento repetitivo é um vício, é importante analisar em que circunstâncias ele acontece.

            Atualmente, além dos vícios mais comuns, o smartphone assumiu esse papel que usamos simplesmente para fugir dos conflitos da realidade. Para isso, os cientistas criam o termo nomofobia, que é o medo de ficar sem o smartphone por um determinado período. E o que aconteceria se você ficasse sem o seu celular?

            O grande problema do celular é que ele deixou de ser apenar um objeto para se comunicar com alguém. Hoje temos aplicativos para todas as atividades do nosso cotidiano, isso faz com que criamos uma dependência dele, existe aplicativo até para nos lembrar de beber água! Além disso, existe as redes sociais, que hoje definitivamente não são apenas um aplicativo de comunicação. Existe uma real competição sobre quem é mais feliz, quem aproveita mais a vida a necessidade de compartilhar cada detalhe da sua vida e não aproveitá-la de forma genuína por estar sempre pensando no próximo compartilhamento.

            Essa competição de felicidade gera ansiedade, pois sentimos que nunca estamos felizes de verdade e precisamos compartilhar cada vez mais para passar essa sensação. Mas gera depressão também, porque todos temos aquele dia em que não estamos a fim de nada, mas nas redes sociais sempre tem aquela pessoa que parece nunca se sentir assim, o que gera sofrimento diante de tanta comparação. Você sabia que existem pessoas que fazem como se fosse um “estoque” de fotos divertidas e felizes para guardar para os dias em que elas não estiverem bem e, assim, gerar essa falsa ideia de que estão sempre felizes, afinal ninguém está vendo elas por trás da tela do celular. Quão triste é isso?

            O ponto é, o brasileiro, por exemplo, passa em média 9h e 14 min no celular, quantas dessas horas foram em torno de atividades de fato necessárias e importantes? Não podemos nos esquecer que em última instancia o mundo acontece fora do celular, é lá que as pessoas estão e aonde podemos buscar relações e vivencias que nos proporciona a real sensação de felicidade. Mas é no mundo real que também existem os problemas, por isso ficar no smartphone faz tanto sentido, ele nos poupa de encará-los. Mas não se engane, o mundo ainda vai continuar existindo, mesmo você passando mais tempo no virtual do que no real, ele vai continuar lá, junto com as coisas boas e as ruins.

Eloisa Sobh Ambrosio

Sou psicóloga (CRP 08/23287) formada pela Universidade Estadual de Londrina e atendo na clínica psicológica a partir da abordagem da Análise do Comportamento. Estou concluindo uma especialização na PUC - Londrina em Análise do Comportamento Aplicada, mais conhecida como ABA. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

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