A diferença de culpa e responsabilidade.
Existe, ao longo do processo de psicoterapia, muitas descobertas sobre o porquê você se comporta da forma como se comporta. E dentro desses porquês existem sim questões químicas e biológicas, que envolvem a parte genética de um diagnóstico. Mas existem os pontos históricos e culturais que acabam ficando muito escondidos nos detalhes de um comportamento.
Dessa forma, entender a parte que realmente lhe cabe é um caminho cheio de detalhes e, por vezes, cansativo. Dentro disso, quando se fala na ideia de culpa, o peso que essa palavra carrega vem muito associado ao erro. Mas entendendo tudo que envolve qualquer mínimo comportamento, entende-se que esse “erro” vem de uma longa história de vida que carrega todos esses detalhes acima mencionados. Ou seja, um comportamento não acontece só naquele momento, ele é resultado da soma de muitos fatores. Então será que sentimento de culpa faz sentido?
O ponto é que a culpa existe, mas é um sentimento nem um pouco construtivo, pois pode gerar muito sofrimento. Pessoas com quadros depressivos costumam vivenciá-la muito, por pensarem muito no passado e na sua história. Mas, talvez, um sentimento que seja mais construtivo seja o de responsabilidade. A palavra responsabilidade também carrega seu peso, mas a partir do momento que se aprende a usá-la a seu favor, entende-se que é o peso de ser quem você é.
Isso porque ter responsabilidade é assumir uma postura de entendimento de si mesmo, das suas limitações e potencialidades, e o mais importante, assumir o seu próprio desejo. Quando não se assume o próprio desejo, é quase como se você não estivesse sendo você de maneira honesta. E então, quando você se comporta de maneira honesta, mesmo que isso seja considerado um erro perante o outro, o sentimento de culpa tende a não aparecer (pelo menos de maneira tão intensa), já que você estava consciente do que envolvia seu comportamento. Complexo? Mas esse é mais um exemplo da importância da psicoterapia.
gabriela pontes
muito bom