Clarice Lispector e a Psicologia

            Essa semana, no dia 10 de Dezembro, é comemorado o centenário da autora Clarice Lispertor. Ela era ucraniana, mas foi naturalizada brasileira. Sua obra é muito importante dentro da literatura, não só discorrendo sobre a feminilidade, mas sobre as angústias do viver. Muitas pessoas podem não entender a intensidade da obra de Clarice, contudo, desde adolescentes, até pessoas mais maduras conseguem se identificar com os relatos da autora.

            A sinceridade de Clarice para falar sobre assuntos que normalmente o ser humano sente receio ou até mesmo medo, pode ser assustadora para algumas pessoas. Ela esmiúça assuntos como a morte, o amor, o envelhecimento, a maternidade de maneira muito crua. Por isso, que para muitos leitores existe uma sensação de alívio ao entrar em contato com a leitura, por não se sentirem sozinhos ou malvados dentro das suas angústias, que são tão bem relatadas por ela.

            O mais bonito ainda, ao ler Clarice, seja se identificando ou não, é perceber como ela usa a linguagem de maneira tão inteligente, criando metáforas e expressões que chamam a atenção justamente pela simplicidade de sua escrita, mas que ao mesmo tempo é tão elaborada. Os livros da autora são em primeira pessoa, passando sempre a ideia de um diário, por isso o leitor se sente tão próximo da escrita, se fazendo ser compreendido e abraçado por ela.

            É muito interessante utilizar de recursos dentro da psicoterapia com o objetivo de ajudar o paciente a buscar formas de se expressar, e a leitura pode muito ser uma ferramenta de expressão. Se você não consegue se expressar, quem sabe alguém consiga se expressar por você, seja por um livro, um conto ou até mesmo uma música. São inúmeras as maneiras que a arte como um todo pode auxiliar como mecanismo dentro da psicoterapia. Por isso, se você nunca leu Clarice, leia. Quem sabe ela possa te ajudar a materializar sua angústia de alguma forma!