O dilema entre o medo e o controle.

            Uma das grandes questões na clínica psicológica são os medos. Medos esses que são variáveis, mas se olharmos com uma lupa para cada um deles, iremos enxergar que eles giram em torno de um único medo: o da morte. Seja o medo de morrer, morrer jovem, de sofrer, de perder aquelas pessoas que amamos. A morte é algo que permeia nossa vida. Pois assim como a alegria existe em função da tristeza, o claro existe em oposição ao escuro, a morte acontece porque algo vive. E entender que a morte só existe porque se vive, já é um grande passo para o ser humano compreender e aceitar o finitude das coisas.

            Contudo, os medos de uma forma geral, acabam fazendo com que as pessoas desenvolvam estratégias para lidar com eles, e essas estratégias costumam se resumir em formas de controle. Mas é muito importe olharmos atentamente para essas estratégias de controle, para que você não fique refém delas. Se pensarmos em todas as infinitas possibilidades que podem acontecer quando saímos para trabalhar, talvez ficaríamos em casa para sempre. Assim como o medo paralisa, o controle também.

            Uma vez que você fica refém das estratégias de controle para não lidar com o que lhe gera medo, você acaba deixando também de viver, se aprisionando de qualquer forma. Por isso, o que venho propor hoje é uma reflexão sobre o que lhe gera medo, e pensar como você está se comportando para lidar com esse medo, e de que forma essa estratégia acaba te paralisando de algo muito maior, que é viver. Lembra que a morte é o oposto da vida? Do que lhe adianta “evitar uma situação” que lhe remeta a perda ou morte, mas deixar de viver ou aproveitar um momento justamente pelo excesso de controle?

            Deixo aqui essa reflexão, junto com o quadrinho da artista Sirlanney, que traz exatamente esse conflito entre o medo e o controle, e como é possível se aprisionar tanto em um quanto em outro.