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A importância da dor - Prosa e Psicologia
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A importância da dor

A importância da dor

           Algo muito frequente em nossa cultura é tratar o psíquico de forma diferente do físico, como se ele fosse menos importante. Um exemplo simples disso é como as pessoas frequentam muito mais naturalmente um consultório médico em busca de um remédio, e como é mais custoso a ida a um psicólogo buscar respostas para questões existenciais. Quando alguém expõe que está com gastrite parece ser algo “normal”, mas quando essa pessoa está com depressão, parece tão estranho.

            Fiz essa contextualização porque isso está diretamente ligado às diferentes dores que sentimos. E sentir dor não é bom, nenhuma dor, em qualquer parte do corpo é desconfortável sim. Mas quando sentimos uma dor de dente, ele incomoda tanto que buscamos resolvê-la, já que ela pode estar atrapalhando sua alimentação, sua rotina, e talvez até suas noites de sono. É importante apontar que nosso corpo emite sinais de dor justamente como uma forma de comunicarmos de que algo não está certo, logo, demanda cuidado.

            Seguindo esse raciocínio, por quê com a dor psíquica nos comportamos diferente? Primeiramente, existem as pessoas que simplesmente desvalidam essa dor, não a consideram como importante, e tentam “joga-la para de baixo do tapete”, como se nada tivesse acontecendo. Existem aquelas pessoas que buscam de diferentes formas fugir dessa dor, seja a partir de vícios, seja a partir de comportamentos repetitivos que servem exclusivamente para isso. Mas será que se fosse uma dor de dente lidaríamos da mesma forma?

            Sim, é muito mais fácil resolver o problema da dor de dente, pode ser custoso, mais ainda dolorido, mas conseguimos enxergar como lidar com ela. E lidar com a dor psíquica não é tão simples assim. Mas assim como qualquer dor, é importante enfatizar que ela também sinaliza algo, e muitas vezes o próprio corpo absorve essa dor psíquica transformando-a em dor física sem explicação aparente. Por mais difícil que seja entrar em contato com ela, insisto: deixe ela agir. Não fuja, não finja que está tudo bem, encare essa dor. E às vezes, o que você pode fazer no momento com ela é extravasá-la em forma de choro. Então chore. Se for para chorar vários dias seguido, chore. Coloque para fora, não permita que coloquem um tempo para sua dor. Ela é sua, e vai durar o tempo que for preciso. Não se compare, cada dor é única. Mas viva essa dor, ela precisa existir de alguma forma.

“Assim como uma nuvem só acontece se chover
Assim como o poeta só é grande se sofrer” (Vinicius de Moraes)

Eloisa Sobh Ambrosio

Sou psicóloga (CRP 08/23287) formada pela Universidade Estadual de Londrina e atendo na clínica psicológica a partir da abordagem da Análise do Comportamento. Estou concluindo uma especialização na PUC - Londrina em Análise do Comportamento Aplicada, mais conhecida como ABA. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

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