Definindo psicose e psicopatia.
O tema que gostaria de discutir hoje é sobre alguns diagnósticos da psicologia. Escolhi esse tema pois vejo as pessoas usando termos referentes a diagnósticos psicológicos de maneira totalmente equivocada, principalmente quando acontecem crimes como o que ocorreu em Suzano. Um termo por exemplo é o “psicopata”, muitas pessoas atribuem o termo a qualquer indivíduo que não é nem de longe psicopata.
Bom, antes de mais nada, gostaria de estabelecer a diferença entre psicose e psicopatia, muitas pessoas usam o termo psicopata para se referir a “louco”, não é o caso, um psicopata não é um “louco”, o termo mais próximo do que o senso comum chama de loucura é o termo psicótico, a pessoa tem dificuldade de determinar o que é ou não é real. O termo psicopata é mais adequado para se referir a um indivíduo com dificuldade de seguir regras e normas sociais, problemas com empatia e ausência de culpa, lógico que há uma série de outros critérios para se diagnosticar uma psicopatia, mas acredito serem esses três os principais.
Essa diferença entre psicose e psicopatia é muito importante ser estabelecida tanto pela questão psicológica: um psicótico apresenta problemas muito distintos de um psicopata, como até mesmo por questões legais. Um psicótico tem dificuldade com a compreensão do que é ou não real, logo se ele se envolve em condutas ilegais, muitas vezes ele faz sem ter a real dimensão disso, inclusive podendo ser considerado inimputável – isento de pena. Na situação de um psicopata não, ele apresenta uma clara noção do real e muitas vezes entra em conflito com a lei de maneira proposital e premeditada.
Como pôde ficar claro, o psicopata não é um “louco” é um individuo que apresenta dificuldade com o sentimento de culpa e empatia, ou seja, não consegue se colocar no lugar do outro, e comete delitos sem peso na consciência. Mas aí muita gente pensa: “ah então todo psicopata mata os outros, é um serial killer!”, não é bem assim, um serial killer é sim um psicopata, mas nem todo psicopata é um serial killer. Assim como, nem todo assassino é considerado um psicopata. Por exemplo, um estelionatário, um político corrupto entre tantas outras pessoas que infringem a lei constantemente sem pensar no outro e nem sentir culpa, podem ser considerados psicopatas. Serial killer – assassino em série – é um tipo de psicopata que mata duas pessoas ou mais se utilizando do mesmo modus operandi, ou seja, mata pessoas de maneiras bem semelhantes e sempre há questões psicológicas por trás dos assassinatos.
Bom, diante de uma chuva de informações advindas das mídias, de filmes, séries e etc. é importante entender que um psicótico é bem diferente de um psicopata e que nem todo psicopata é um serial killer. Também vale lembrar, que no caso específicos dos psicopatas, raramente eles procuram algum tipo de tratamento psicológico ou psiquiátrico e quando por algum motivo – geralmente legal – são submetidos a alguma modalidade de tratamento, raramente eles surtem algum efeito. Dessa forma, é muito importante não realizar diagnósticos apenas com informações obtidas através da mídia, para isso é necessária uma análise profunda sobre a história de vida das pessoas envolvidas em crimes como o de Suzano.