A metáfora da máscara de oxigênio.

            Quando andamos de avião as aeromoças passam várias instruções para nos atentar ao longo do vôo, algumas delas para caso algum acidente aconteça. Uma das instruções é sobre a máscara de oxigênio, elas explicam que em determinado caso, elas cairão automaticamente e que se alguém precisar de ajuda, primeiro coloque a sua máscara para depois ajudar quem precisa.

           Parece óbvio essa instrução para momentos como esse, mas porque será que no dia a dia não lembramos dela também? Talvez seja porque os problemas do cotidiano não coloquem sua vida em risco, então é mais fácil você deixar as suas questões de lado, para se concentrar nas questões de uma outra pessoa. Mas o ponto é: você nunca vai poder realmente ajudar alguém se você não estiver bem.

Para algumas pessoas, esse movimento de sempre se voltar ao outro e anular seus próprios problemas se torna um sintoma, no sentido de que é isso que o faz ela “fugir” de si mesma. É muito mais fácil olhar a vida do outro e apontar de fora que caminho ele deveria seguir, mas quando essa escolha diz respeito a sua vida e as suas questões, tudo fica muito mais difícil. Então, como se para sua consciência não pesar tanto, você foca nos problemas dos outros, para criar essa sensação de que você não está resolvendo a sua vida pelo simples fato de ter alguém pior, ou de alguém precisar da sua ajuda.

Quantas pessoas vivem à base da filosofia “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”? Quantas pessoas passam toda uma vida se anulando e sempre olhando para o problema alheio como mais relevante? É muito comum as pessoas se sentirem desvalidadas por familiares e amigos, mas muitas delas não percebem que elas mesmas se desvalidam. Como você pode exigir a atenção do outro se nem você mesmo está dando atenção que precisa para si? É muito importante refletir sobre tudo isso, afinal de contas, se você não tiver oxigênio, não terá folego para ajudar ao próximo. Pense nisso!