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O mito da mulher forte - Prosa e Psicologia
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O mito da mulher forte

O mito da mulher forte

        A maternidade é uma questão muito delicada para as mulheres. Por um lado, existe aquelas que a desejam muito e estão dispostas a abrir mão de suas carreiras para isso. Por outro lado, tem aquelas mulheres que não fazem questão de engravidar, e tudo bem com isso. Mas também existe aquele grupo significativo de mulheres que querem ser mães, mas também querem ter uma carreira profissional. Isso não é impossível, mas pode ser muito desgastante quando não existe uma rede de apoio disposta a ajuda-la nisso.

        Eu chamo de rede de apoio qualquer pessoa disposta a ajudar uma mulher com seus filhos – seja os avós da criança ou os amigos. Não incluo na rede de apoio o pai da criança, porque dele é esperado a paternidade que pode ser tão desgastante quanto a maternidade. Contudo, por diferentes motivos, é normal vermos as mulheres assumindo a maternidade sozinhas – sem a figura paterna – e dependendo muito mais dessa rede de apoio.

        Percebo que quando a mulher assume essa responsabilidade sozinha, a sociedade acaba demandando dela uma postura diferente diante das adversidades da vida (que não são poucas quando se tem um filho). Porque afinal de contas, a vida dessa mulher acaba sendo não só a maternidade, mas sua vida profissional, sua vida pessoal, acadêmica, amorosa… Enfim, essas mulheres ganham o rótulo de mulheres fortes: que estão prontas para lidar com os problemas sozinhas e conseguem dar conta de tudo. Mas será que conseguem mesmo?

        Infelizmente, alguma parte da sua vida vai ser deixada de lado, e essa parte, na maioria das vezes, é ela mesma: a mulher. Na maternidade é natural a mulher se anular em prol dos filhos, mas ao longo do tempo é esperado que ela volte a lembrar de si e a se cuidar. Mas a mulher que se vê sozinha diante da maternidade acaba se anulando a ponto de achar isso normal, afinal de contas não tinha como ser de outro jeito.

        Acontece que, como qualquer ser humano, essa mulher tem seus limites, e uma hora ela vai cansar de ser sempre forte, cansar de sempre dar conta de tudo sozinha, cansar de sempre pensar primeiro no outro e nunca pensar nela. Ela também precisa de ajuda. E pedir ajuda, para algumas pessoas, pode ser um ato de fraqueza, ainda mais quando você nunca precisou fazer isso antes. Mas será que se comportar de uma forma diferente fará dela uma mulher fraca? Será que cuidar um pouco mais de si fará dela egoísta? Será que admitir para si mesma que você não está dando conta de algo faz de você uma mulher fracassada? Ou então que pedir ajuda a alguém significa que você é incompetente?

        É preciso se questionar de todas nossas concepções de sucesso e fracasso. Essas ideias foram construídas ao longo do tempo pela nossa história de vida e pela sociedade em que vivemos. Não é fácil ressignificar as nossas vivencias, mas às vezes é necessário. Esse mito da mulher forte, que sempre dá conta de tudo, acaba sendo muito desgastante para elas, e no momento que elas se permitirem viver de outra forma sem se sentirem mal com isso é quando a culpa vai diminuir, e você vai passar a enxergar a força da mulher de outra forma. Não tenha vergonha de pedir ajuda!

Eloisa Sobh Ambrosio

Sou psicóloga (CRP 08/23287) formada pela Universidade Estadual de Londrina e atendo na clínica psicológica a partir da abordagem da Análise do Comportamento. Estou concluindo uma especialização na PUC - Londrina em Análise do Comportamento Aplicada, mais conhecida como ABA. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

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