As armadilhas da feminilidade
Falar sobre o feminino é muito complexo, ainda mais nos tempos atuais quando se percebe uma ampla discussão sobre papeis, feminismo, cobranças… Mas ao observar, nota-se que em alguns aspectos as mulheres acabam caindo nas mesmas armadilhas de suas antepassadas. Assumem um discurso inovador, mas na vivencia se reconhece com a mesma angustia de sua mãe, avó, enfim.
Mulheres que se desafiam em relações tão caóticas que acabam se perdendo do que desejam, mulheres que lutam para não repetir e se julgam quando se enxergam cumprindo papeis que não esperava, mulheres que antes se cobravam apenas de serem boas mães e esposas, mas agora também boas trabalhadoras, boas donas de casa. E como acaba sendo nítido que muitas cobranças e julgamentos advém também das próprias mulheres para com as outras. Parece um ciclo sem fim!
Provavelmente, o estereótipo da mulher do século XX ainda irá assombrar muitas gerações futuras, é difícil desapegar totalmente de um ideal tão forte do imaginário feminino. Mas, talvez, o mais importante seja as mulheres do século XXI que sofrem com esse ideal que lhe foi colocado, conseguirem entender que mulher elas querem ser, e respeitar as escolhas umas das outras. Acho que já está claro que não será possível ser a mãe, a mulher, a dona de casa e a trabalhadora que sonharam, mas a que se consegue ser dentro da sua realidade.
Essa é a maior armadilha que a mulher criou para si mesma, ir mais longe, e se cobrar disso em todos os aspectos da sua vida. A cobrança que a mulher de hoje tem consigo mesma é fonte de muito sofrimento e ansiedade, pois parece que o ideal ficou ainda mais inalcançável. Mas será que algum dia ele foi alcançável? Tome cuidado com a expectativa que você se coloca, até mesmo de se comparar com suas amigas e colegas. Seja a mulher que você quer ser, e aceite as limitações dessa escolha. Não tem como atingir tudo que se cobra de uma mulher, pense nisso.