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O primeiro amor. - Prosa e Psicologia
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O primeiro amor.

O primeiro amor.

            No mês de Junho que celebramos o amor, vamos conversar sobre esse verbo: amar. Talvez você esteja pensando que esse texto será sobre o amor adolescente e cheio de paixão, ou sobre a primeira vez que uma pessoa se sentiu realmente conectada com alguém e como foi diferente de tudo que já viveu antes. Mas na verdade, o texto de hoje vai falar de um lugar mais primário ainda, o nosso primeiro objeto de amor… a mãe. Acredito que as pessoas não tenham consciência do impacto que essa primeira relação de amor tem na forma de se relacionar ao longo da vida.

            Que uma mãe nunca será perfeita, já conversamos sobre isso, até mesmo a importância de uma mãe deixar faltar para o filho, uma vez que é necessário aprender a lidar com essa falta. Contudo, pensando em relação ao afeto e como ele se dá entre mãe e filho, diz muito do ideal de amor que esse ser humano irá construir. A maneira que uma mãe manifesta esse amor, e até mesmo como ela cobra do filho esse amor, vai construindo aos poucos a visão do que é amar para aquele ser. O importante é ele se sentir amado, a forma como isso se dará é muito pessoal.

            Mas e quando ele não se sente amado? Pode ser que em determinada relação, uma mãe tenha para si que suprir aquela criança das necessidades básicas e financeiras seja o suficiente para mostrar seu amor, e a convivência com esse filho seja cheia de atrito e cobranças. Pode ser que, mesmo assim a pessoa sinta uma carência afetiva. Muitas vezes, o amor que o filho espera é um simples “não”, mas que signifique cuidado e atenção. Enfim, são diversos os exemplos que muitas vezes esse primeiro objeto de amor acaba falhando, transformando essa primeira relação de amor em conflito.

            Pode ser que muitas mães não saibam da dimensão do seu papel nesse ponto. Mas relações entre mãe e filho que são abusivas, agressivas, sem respeito, geram faltas gravíssimas nesse filho, que irá se manifestar , principalmente, nos seus relacionamentos amorosos. Esses filhos acabam sendo mais propícios a se envolver em namoros abusivos, sem perceber isso, justamente por viver o mesmo dentro de casa. Costumam ser pessoas sem autoestima, que se culpam de tudo, e tendem a desenvolver dependência emocional com mais facilidade. É uma série de consequências que afetam toda uma vida de relacionamentos.

            Essa pessoa costuma buscar psicoterapia quando está passando por um término difícil de superar, ou mesmo ainda em um relacionamento que está começando a lhe gerar descontentamento. Em terapia, é possível entender de onde vem essas questões, e fica claro como ela acaba reproduzindo essa relação com a mãe, com diversas outras pessoas. Conseguir se desprender desse primeiro amor que lhe fez tão mal não é fácil, mas ter consciência do porquê você se relaciona da forma como se relaciona, já é um grande avanço. Só assim, você conseguirá determinar que tipo de amor é saudável, passar por um processo de aceitação da sua história, e conseguir olhar para além disso.

Eloisa Sobh Ambrosio

Sou psicóloga (CRP 08/23287) formada pela Universidade Estadual de Londrina e atendo na clínica psicológica a partir da abordagem da Análise do Comportamento. Estou concluindo uma especialização na PUC - Londrina em Análise do Comportamento Aplicada, mais conhecida como ABA. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

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