Quando uma rosa não é só uma rosa.
Conhecem o poema de Gertrude Stein?
Uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa
Uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa
Encanto extremo.
Botina extra.
Encanto extremo.
O mais doce sorvete.
Página épocas página épocas página épocas
(Tradução de Dalcin Lima)
Uma rosa para você é só uma rosa mesmo? É muito interessante perceber como a mesma coisa têm os mais diversos significados para cada ser humano. Ao longo da nossa vida, com os acontecimentos que vivemos, acabamos atrelando memórias muito particulares a objetos, lugares, até mesmo aos sentidos – cheiros, paladares, sons. Por isso, quando leio esse poema eu percebo como uma rosa não é só uma rosa. A minha ideia de rosa, o que eu penso e sinto sobre ela é minha percepção, e somente minha, que provavelmente será diferente da sua ideia de rosa e tudo o que ela te remete.
E todas essas percepções são construídas com as nossas vivencias. O que nos faz pensar que assim como, por exemplo, um lugar pode me remeter memórias ruins, é só dando uma segunda chance a ele, criando lembranças, dessa vez (se possível) boas, para ressignificar aquilo que sentia em relação a esse lugar.
Outro ponto muito importante é: supondo que eu sinta felicidade em relação a algo, se outra pessoa tem uma percepção totalmente diferente, não existe quem está certo ou errado. Não existe “a sua percepção está errada e a minha correta”, porque o que sentimos em relação a tudo depende da nossa história de vida e tudo o que vivemos para chegar até aquele momento e se sentir assim. Discussões desse tipo não irão chegar a nenhum lugar.
Entende como uma rosa não é simplesmente uma rosa? Ela carrega todas as nossas vivencias com toda as rosas que já lidamos e todas as memórias relacionadas a ela. E rosas em todas as formas: em jardins, em um desenho, em uma música, em uma tatuagem… são tantas as possibilidades. Quem dera que a rosa fosse só uma rosa.