Psicoterapia e religiosidade.
Religião é um assunto muito recorrente na clínica psicológica, afinal de contas, é um aspecto na vida de muitas pessoas que acaba interferindo na própria maneira dela agir ou não. Contudo, percebo uma confusão por parte de algumas pessoas sobre o papel da psicoterapia nisso.
É comum a curiosidade sobre a religião do terapeuta, mas vale ressaltar que algumas questões da vida do terapeuta são importantes não serem revelados, por exemplo a religião. Isso porque ao mesmo tempo que a religião pode ser uma aliada para muitos momentos, ela pode ser uma vilã também. Supondo que o terapeuta expresse sua crença para determinada religião, e justamente essa religião é motivo de muita revolta para determinado paciente. Essa informação irá interferir no processo psicoterapêutico, já que, muito provavelmente, esse paciente não se sentirá à vontade para expressar tudo o que sente e o porquê disso para esse terapeuta.
Dessa forma, outro ponto importantíssimo seguindo esse raciocínio é: nenhuma abordagem psicológica envolve crenças religiosas. Dentro da psicologia existem diversas formas de analisar cada fenômeno do ser humano, e elas são pautadas em anos de pesquisas e teorias por trás delas. A psicologia é uma ciência. O próprio Conselho Federal de Psicologia esclarece isso no código de ética do profissional.
O que quero com esse texto é esclarecer que ao procurar ajuda psicológica, se sinta à vontade para manifestar sua crença religiosa, ou até sua descrença, e saiba que o profissional não a está julgando como certa ou errada, mas sim a analisando como parte do indivíduo que você é. Esta é uma questão ética da psicologia que, como ciência, pretende promover a saúde mental dentro das particularidades de cada um. Esclarecido?