Topo
A medicação e a subjetividade humana - Prosa e Psicologia
fade
3877
post-template-default,single,single-post,postid-3877,single-format-standard,eltd-core-1.1.1,flow-ver-1.3.7,eltd-smooth-scroll,eltd-smooth-page-transitions,ajax,eltd-blog-installed,page-template-blog-standard,eltd-header-type2,eltd-fixed-on-scroll,eltd-default-mobile-header,eltd-sticky-up-mobile-header,eltd-dropdown-default,wpb-js-composer js-comp-ver-5.2.1,vc_responsive

A medicação e a subjetividade humana

A medicação e a subjetividade humana

                  Na atualidade, vivemos um excesso de diagnósticos de transtornos psíquicos. Hoje qualquer comportamento ou conduta “desviante” podem ser diagnosticados. Dessa forma, cresce cada vez mais o uso de medicamentos psiquiátricos para essas finalidades, e as pessoas são levadas a acreditar que a medicação irá solucionar qualquer problema.

                Há uma tendência na contemporaneidade de se resolver os “problemas” humanos através de medicamentos, somos levados, desde a infância, a acreditar que medicamentos são soluções para diversos aspectos de nossas vidas, inclusive quando estamos com problemas subjetivos. Se estamos tristes de mais por uma perda, somos diagnosticados com depressão e medicados para tal, se estamos apreensivos com certas questões no trabalho, podemos ser rotulados de ansiosos e sermos medicados para isso. Uma quantidade significativa das pessoas que chegam ao consultório psicológico faz ou já fez uso de algum medicamento psiquiátrico. A questão da medicação é tão presente em nossa sociedade, que até mesmo as crianças são afetadas por ela. É sob o diagnóstico do TDAH que a infância está sendo medicada na contemporaneidade.

                A partir disso que foi apontado, somos levados a seguinte reflexão, provavelmente, estamos diagnosticando e medicando aspectos que em outros momentos históricos eram vistos como inerentes a vida. Ficar triste, se sentir ansioso, ter crises existenciais é do ser humano, todos esses aspectos compõe a essência do homem. Ou seja, tirar isso é nos desconectar do que nos é mais humano, grande parte de nossa tristeza, ansiedade e sintomas subjetivos devem ser encarados como sinais para refletirmos sobre nossas vidas, e a partir dessa reflexão chegarmos a uma solução. Um remédio não irá “arrumar” seu relacionamento, não deixará seu ambiente de trabalho mais tranquilo, muito menos trará pessoas de volta. Nem sempre a atitude mais simples é a solução.

                Para terminar, só gostaria de fazer a ressalva de que de fato existem transtornos que precisam de medicamentos e um acompanhamento psiquiátrico, o texto só chama a atenção para os excessos que esse aspecto vem ganhando em nossa cultura.

Homero Belloni

Sou psicólogo (CRP 08/23286) formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), possuo especialização em Clínica Psicanalítica (UEL) e mestrado em Psicologia (UEL). Atendo em clínica psicológica particular sob o olhar da Psicanálise. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

Não há comentários

Escreva um comentário


Copyright © 2018. Prosa & Psicologia