Violência contra a mulher: aspectos do agressor
Um tema muito em voga na mídia nos últimos tempos é a violência contra a mulher, muito se diz a respeito da vítima, algumas pessoas, inclusive, as culpam, mas pouco é dito sobre o agressor. Muito dessa agressão contra a mulher parte dos homens, logo ela está intimamente ligada aos complexos masculinos e a visão do homem sobre a mulher.
Algumas pessoas já se depararam com determinadas falas ou situações em que o homem classifica a mulher em duas categorias: uma na qual é um ser sublime, quase angelical e outra ela é tida como um ser promiscuo. Tal posicionamento pode ser percebido em diversos contextos, propagandas, filmes, mídias e até mesmo em textos religiosos. A grande questão dessa noção é o fato do homem passar a se relacionar com a mulher como se relacionasse com um objeto, a partir de uma visão binária e precisando classifica-la dentro de uma dessas categorias, não conseguindo enxerga-la como um ser complexo, detentora de desejos – sejam eles “bons” ou “maus”.
Enxergar a mulher como objeto de seu desejo e a dificuldade de enxergar a mulher como um ser complexo se configura como uma das causas das do homem em relação a mulher, pois a medida que ele vai categorizando-a como um ser promiscuo e degradando-a mentalmente ela passa a ser algo passível de agressões, pois ela vai perdendo o status de indivíduo para se transformar em “coisa”. Com isso, também surge a questão da possessividade, pois se a mulher é um objeto, ela pode ser propriedade e, dessa forma, não tem desejos próprios ficando refém dessa visão masculina.