Topo
Tudo que é bom dura pouco? - Prosa e Psicologia
fade
3677
post-template-default,single,single-post,postid-3677,single-format-standard,eltd-core-1.1.1,flow-ver-1.3.7,eltd-smooth-scroll,eltd-smooth-page-transitions,ajax,eltd-blog-installed,page-template-blog-standard,eltd-header-type2,eltd-fixed-on-scroll,eltd-default-mobile-header,eltd-sticky-up-mobile-header,eltd-dropdown-default,wpb-js-composer js-comp-ver-5.2.1,vc_responsive

Tudo que é bom dura pouco?

Tudo que é bom dura pouco?

 

                 Uma frase muito usada pelas pessoas é a expressão: Tudo que é bom dura pouco. No entanto, raramente paramos para refletir o sentido real desse dito popular, e como ele é interpretado na maioria das vezes simboliza um problema muito grande do ser humano. A maior parte das pessoas costuma interpretar tal fala sempre nos colocando como vítimas de uma grande maldade do mundo, temos que nos contentar com poucos momentos de prazer e o fato da “vida ser tão injusta” por nos submeter a essa maldade.

                As pessoas costumam interpretar a expressão sempre se vitimando e culpando a “vida” e o “mundo” pelos poucos momentos de prazer delas. No entanto, essa posição de vitima de um mundo cruel logo mudaria se as pessoas compreendessem o real sentido dessa fala. Tudo que é bom dura pouco? Sim, as coisas boas em nossas vidas realmente duram pouco, no entanto, não é pelo fato de sermos vitimas de uma situação, pelo contrário, todos devem aceitar a efemeridade das coisas prazerosas, pois essa é a principal característica delas, e talvez o real motivo delas serem boas.

                Explicando melhor, é necessário para algo ser bom, durar pouco. Vamos a uma situação real, quando se está com muita sede a água pode nos proporcionar prazer e ser gostosa, no entanto, tente tomar dois litros de água de uma vez, provavelmente não será uma experiência muito boa. Ou seja, tomar água só foi uma experiência prazerosa enquanto durou pouco. O mesmo fato ocorre com outras coisas, para algo ser bom é necessário durar pouco.

                Então a frase Tudo que é bom dura pouco! é verdadeira, mas a interpretação dada a ela é o real problema. Devemos pensar no fato de não sermos vítimas do “mundo” por algo extremamente prazeroso ter se encerrado, como uma viagem, uma comida, bebida até mesmo uma atividade física, mas compreendermos que se essas coisas muito prazerosas passassem a durar mais, provavelmente deixariam de serem prazerosas e se tornariam ruins, como o exemplo da água.

                Dessa forma, devemos compreender e tirar proveito das coisas boas no momento certo delas, com a ciência do fato delas durarem pouco ser algo realmente positivo, pois se elas excederem aquele tempo, se tornariam ruins. Então, se algo na sua vida foi muito bom e durou pouco, saiba que só foi muito bom por ter durado pouco, logo, você não foi uma vítima do mundo e sim uma pessoa privilegiada, pois teve algo na dose certa para aquilo ser realmente prazeroso e agora ter excelentes lembranças.

Homero Belloni

Sou psicólogo (CRP 08/23286) formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), possuo especialização em Clínica Psicanalítica (UEL) e mestrado em Psicologia (UEL). Atendo em clínica psicológica particular sob o olhar da Psicanálise. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

Não há comentários

Escreva um comentário


Copyright © 2018. Prosa & Psicologia