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A esperança é a última que morre? - Prosa e Psicologia
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A esperança é a última que morre?

A esperança é a última que morre?

           Possivelmente você já ouviu essa expressão: “A esperança é a última que morre”, muitos concordam com ela, inclusive, ela se mostra verdadeira em determinadas situações. No entanto, poucas pessoas pensam no fato de também ser verdadeiro seu sentido oposto: “A esperança é a última que mata”.

            Me permitam usar como ilustração para o assunto a sabedoria dos mitos gregos. Existe um artefato mitológico chamado “caixa de Pandora”, ele está presente em um mito referente à criação de Pandora, primeira mulher gerada por Zeus. Essa “caixa” em muitas versões do mito é apresentada como um jarro, mas a questão é que tanto como jarro ou caixa, esse recipiente continha todos os males do mundo e era um castigo de Zeus aos homens. Em determinado momento da estória Pandora sem saber o conteúdo da caixa e com muita curiosidade a abre e deixa escapar todos os males da humanidade, como a inveja, raiva, ciúmes e etc. assustada ela tenta fechar a caixa, sem sucesso desiste e olha para dentro dela, percebe que tinha sobrado algo lá dentro, era a esperança.

            O mito de Pandora além de diversas questões sobre os desejos humanos traz um conceito muito importante que séculos depois parecemos ter nos esquecidos, a esperança pode sim ser um mal, pois como os gregos já sabiam, Zeus colocou a esperança dentro da caixa pois ela é a única forma de prorrogar todos os outros males. Ou seja, a esperança pode causar muito sofrimento e ser a “última que mata”.

          No entanto, vale lembrar que precisamos também da esperança para continuarmos vivendo, sem ela dificilmente encontraríamos motivos para fazer certos sacrifícios em prol do amanhã. Mas a grande questão em jogo é: “Quando a esperança deixa de ser algo bom e passa ser uma sina?”, “Quando devemos abandonar o barco?”. Para responder a essas perguntas é preciso de muita reflexão e auto conhecimento, analisar o porquê de ter esperança nesse ponto, seja em um negócio que não está sendo rentável, seja em um relacionamento que causa sofrimento, ou em qualquer outra situação que a vida nos traz.

          Não existe uma fórmula para saber o momento de seguir com algo ou parar por aqui, o que deve existir é o bom senso, mas muitas vezes a pessoa está tão imersa na situação e refém de seus sintomas psicológicos que não é capaz de sozinha identificar qual caminho tomar, esse é o momento de procurar por ajuda, buscar um psicólogo.

 

 

 

 

Homero Belloni

Sou psicólogo (CRP 08/23286) formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), possuo especialização em Clínica Psicanalítica (UEL) e mestrado em Psicologia (UEL). Atendo em clínica psicológica particular sob o olhar da Psicanálise. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

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