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Analisando Mark e sua relação com a masculinidade. - Prosa e Psicologia
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Analisando Mark e sua relação com a masculinidade.

Analisando Mark e sua relação com a masculinidade.

          Ainda sobre a série White Lotus, outro personagem interessante para análise é Mark. Ele é apresentado como esposo e pai, mas desde o primeiro episódio já deixa transparecer suas características neuróticas. Ele chega ao hotel White Lotus com medo de ter câncer de testículo, pois supostamente seu pai teria morrido do mesmo problema.

          Antes de mais nada, é importante salientar que Mark é casado com Nicole, uma mulher bem sucedida e que dá a entender ser a provedora financeira da família. Tal ponto se mostra muito importante, pois já no segundo episódio o medo do câncer no testículo se mostra apenas uma fantasia do personagem, nos colocando diante da problemática enfrentada por Mark no casamento, a questão de sua masculinidade e sua potência. A série vai expondo um pouco da dinâmica do casal mostrando como o papel de prover fica com Nicole, inclusive a viagem de férias é algo que ela proporcionou para a família, enquanto Mark se mostra perdido na relação, fato muito comum em homens quando não conseguem ocupar esse lugar tradicionalmente reservado a eles.

          Diante de toda essa dinâmica é importante notar que em momento algum da série até o último episódio Mark e Nicole conseguem ter uma relação sexual, parece que ambos não conseguem investir na relação. O cenário todo piora quando Mark descobre por meio de seu tio que seu pai não tinha morrido de câncer, mas sim de AIDS e que ele mantinha relações homossexuais quando era vivo. Toda essa problemática em relação a própria masculinidade fica ainda mais acentuada com essa informação.

          Só no último episódio que Mark apresenta uma atitude “heróica”, e de maneira bem clichê intervém na situação em que poupa Nicole e a família de terem seus bens roubados. Isso confere a Mark o lugar de homem tanto em sua fantasia como para sua esposa, e com isso o casal consegue ter relação sexual. Nesse ponto cabe uma crítica a série, pois ela construiu um bom cenário da crise masculina com uma mulher independente e depois uma desilusão do personagem com a própria potência do pai, mas ela poderia ter apresentado uma outra saída para essa questão que não fosse pela via “tradicional”, como o homem ocupando o lugar tradicionalmente proposto a ele. No entanto, não deixa de demonstrar a realidade: que o homem fica perdido quando não está ocupando esse papel.

Homero Belloni

Sou psicólogo (CRP 08/23286) formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), possuo especialização em Clínica Psicanalítica (UEL) e mestrado em Psicologia (UEL). Atendo em clínica psicológica particular sob o olhar da Psicanálise. Atualmente trabalho com adolescentes e adultos na região de Londrina.

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